Para Refletir!!!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Cordel...

“PERNAMBUCO sem iguá”

Seu leitor preste atenção
Na história que vou contar
De um lugar que nesse mundo
Num conheci outro iguá
Se você souber de algum
Não tendo pudor nenhum
Faz favor de me mostrar

É terra de gente boa
Que trabalha pra danar
De uma imaginação que voa
Pra criar e recriar
Tem muita canção que ecoa
Exaltando esse lugar

Vou lhe dar uma boa dica
Vê se consegue adivinhar
Tem uma cultura tão rica
Que é referência mundiá
Diga agora e sem demora
Onde fica esse lugar

Já que num adivinhou
Vou dizer o que tem lá
Falando da sua riqueza
Na cultura popular
Tem até uma Veneza
Que a velha mãe natureza
Se encarregou de lhe dá

É um lugar bom da peste
Quem conhece quer voltar
Tem uma velha cirandeira
Que faz todo mundo girar
Segurando mão na mão
A Lia de Itamaracá

Vamos seguir viagem
Nas ladeiras sem cansar
Tem casas e Casarões
Pra memória aguçar
Lhe falo da linda Olinda
Monumento secular

O seu carnaval é mágico
Vale a pena visitar
No largo da Pitombeira
Muita boca pra beijar
Tem Alceu lá na varanda
Pra multidão acenar

Tem o Frevo de Capiba
Impossível não dançar
Uma dança acelerada
Que é só ponta e calcanhar
Mas o cabra no outro dia
Num consegue nem andar

O coração bate mais forte
Bem longe já escutando
O batuque dos tambores
É o Maracatu chegando
Com o Rei e a Rainha
E o estandarte anunciando

O Movimento Armorial
Criado por Suassuna
Guarda na sua memória
Os marcos dessa cultura
A arte e o artesanato
Tudo muito preservado
Para as gerações futuras

Bumba-meu-boi, Caboclinhos
Tão entre grandes fortunas
Bem como o Leão-marinho
O Cordel e a Xilogravura
E também o Mamulengo
Lá de São Bento do Una

Por falar em Movimento
Me lembrei de outro cabra
Chico Sciece do Recife
Juntou Rock com Embolada
E criou o Mangue Bit
Pra animar nossa moçada

O mangue que ele cantava
Era um mangue diferente
Falava sobre o sistema
Que exclui aquela gente
Que vive dentro da lama
Feito bicho renitente

O povo desse lugar
Tem muita imaginação
Lhe digo agora também
Que aqui surgiu o Baião
Um ritmo inventado
Pelo mestre Gonzagão

Da cidade de Exu
Que fica lá no sertão
Se espalhou pelo Brasil
Essa sua criação
Abrilhantando até hoje
As festas de São João

A vida do sertanejo
Ele soube bem cantar
As alegrias e tristezas
Dessa terra sem iguá
Castigada pela seca
Que faz seu povo emigrar

Tem o rio São Francisco
Com suas águas cristalinas
Feito oásis no deserto
Vai banhando essa menina
Que sofre por seu amor
Pois o rio os separou
Juazeiro e Petrolina

Em Nova Jeruzalém
Um espetáculo encanta
Tem um teatro ao ar livre
Tão grande que até espanta
É lá que a Paixão de Cristo
Uma multidão emociona

Do simples ao erudito
Aqui não se tem besteira
Lembro também Paulo Freire
Educador de primeira
E o imortal recifense
Poeta Manoel Bandeira

Meu amigo agora sabe
Depois de eu tanto contar?
De onde eu estou falando
Num é minha terra natá
Mas lhe tenho muito orgulho
E digo que PERNAMBUCO
É uma terra sem iguá.

de Kahina FreirePetrolina - PE - por correio eletrônico

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